A descarbonização deixou de ser tendência para se tornar necessidade urgente na busca por um futuro sustentável. Com o agravamento das mudanças climáticas, governos, empresas e sociedade civil unem esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e mitigar os impactos ambientais.
No Brasil, os setores industrial e de energia desempenham papel central nessa transição, sendo responsáveis por parcela significativa das emissões nacionais. Nesse contexto, empresas especializadas em soluções de engenharia voltadas para eficiência energética e sustentabilidade, como a Figener, tornam-se aliadas estratégicas para indústrias e usinas em busca de processos mais limpos e competitivos.
Panorama da descarbonização no Brasil
O Brasil assumiu compromissos ambiciosos na luta contra as mudanças climáticas. Como parte de sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) no Acordo de Paris, o país se propõe a reduzir suas emissões em 48% até 2025 e em 53% até 2030, tendo como base os níveis de 2005, e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Para cumprir essas metas, será necessário esforço coordenado e profundo de descarbonização em todos os setores da economia.
Um estudo recente da consultoria McKinsey aponta que cerca de 95% da redução das emissões no Brasil pode ser alcançada com custo abaixo de US$ 20 por tonelada de carbono. Essa estimativa evidencia o grande potencial do país para uma transição custo-efetiva. No entanto, desafios específicos precisam ser superados, especialmente no que tange ao combate ao desmatamento ilegal, responsável por aproximadamente um terço das emissões nacionais de GEE.
Algumas empresas líderes já estão pavimentando o caminho da descarbonização no Brasil. A Petrobras, por exemplo, tem investido em tecnologias como a injeção de CO2 em reservatórios de petróleo para reduzir suas emissões operacionais. Até o momento, a companhia já injetou mais de 15 milhões de toneladas de CO2 nos campos de Tupi e Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, com a ambição de atingir 40 milhões de toneladas até 2025. Além disso, a estatal também aposta em biocombustíveis avançados, como o diesel renovável e o bioQAV.
Outras companhias internacionais com presença no Brasil, como Shell, Equinor e Total, também avançam em projetos de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) e geração renovável. A Shell, por exemplo, já opera comercialmente sua tecnologia de CCUS chamada Cansolv, capaz de capturar CO2 e SO2 em processos industriais. Já a Equinor tem planos ambiciosos para eólicas offshore no país, com projetos que somam mais de 4 GW em licenciamento.
Dado este cenário, o otimismo toma conta, inclusive do Governo Federal. “Estamos em frente a um desafio, e o Brasil vai ser o grande protagonista do mundo, com segurança alimentar, segurança energética e clima”, ressaltou o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, Geraldo Alckmin, no seminário “Descarbonização: Rumo à Mobilidade de Baixo Carbono no Brasil”, organizado pela Esfera Brasil e Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB).
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Valorizando o potencial brasileiro, e os investimentos no setor de energia, que resultaram em geração de energia limpa e barata, com destaque à eólica e a solar, Alckmin também destacou o potencial de descarbonização dos biocombustíveis. “Nós somos exemplo. 85% da frota brasileira é flex. É estimular energia limpa, renovável, geradora de emprego, que fixa carbono no solo”.
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Tecnologias e estratégias para a descarbonização
Para descarbonizar de forma efetiva os setores industrial e de energia, será necessária uma combinação de diferentes soluções tecnológicas e estratégias de gestão. Algumas das principais frentes incluem:
- Eficiência energética: a implementação de medidas para reduzir o consumo de energia é um passo fundamental. Isso envolve a modernização de equipamentos, a otimização de processos e a adoção das melhores práticas de gestão energética. Projetos bem executados de eficiência podem gerar economias significativas, reduzindo custos e emissões;
- Adoção de fontes renováveis: a substituição progressiva de combustíveis fósseis por alternativas limpas e renováveis é crucial para a descarbonização. Isso inclui o uso de biomassa sustentável, energia solar, eólica e hidrogênio verde (produzido a partir da eletrólise da água utilizando eletricidade renovável). No caso do Brasil, os biocombustíveis também têm papel de destaque, aproveitando a vocação natural do país para a produção de bioenergia;
- CCUS: a captura, utilização e armazenamento de carbono é uma tecnologia promissora para lidar com emissões de grandes fontes estacionárias, como usinas termelétricas e unidades industriais. O CO2 capturado pode ser utilizado em processos como a recuperação avançada de petróleo (EOR) ou armazenado de forma segura em formações geológicas adequadas. Apesar dos desafios de custo e escala, o CCUS é considerado essencial para alcançar as metas de descarbonização profunda;
- Economia circular: a transição para um modelo circular, onde resíduos e subprodutos são reaproveitados como insumos, tem grande potencial de redução de emissões. Isso envolve práticas como a simbiose industrial (onde o resíduo de uma empresa se torna matéria-prima para outra), a reciclagem e o design de produtos voltado para a desmontagem e reuso. Ao fechar o ciclo produtivo, a economia circular minimiza a extração de recursos virgens e a geração de resíduos, contribuindo para a descarbonização;
- Eletrificação e biocombustíveis nos transportes: o setor de transportes, responsável por parcela significativa das emissões, requer abordagem dupla. Por um lado, a eletrificação da frota, especialmente de veículos leves, aproveitando a matriz elétrica majoritariamente renovável do Brasil. Por outro, o uso de biocombustíveis avançados, como o etanol de segunda geração e o bioquerosene de aviação, para descarbonizar o modal rodoviário e a aviação.
O papel da Figener na jornada da descarbonização
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Com mais de três décadas de experiência, a Figener se consolidou como empresa referência em engenharia e consultoria para os setores de energia, processos, utilidades e elétrica. Sua atuação multidisciplinar abrange desde estudos de viabilidade e conceituais até projetos detalhados e execução, sempre com foco em eficiência, sustentabilidade e inovação.
No campo da descarbonização, a Figener oferece gama completa de serviços para auxiliar indústrias e usinas a reduzirem suas emissões e se adaptarem às novas demandas de um mundo de baixo carbono. Entre as soluções oferecidas, destacam-se:
- Estudos de eficiência energética e fontes alternativas: a Figener realiza diagnósticos aprofundados para identificar oportunidades de melhoria no uso da energia, propondo soluções customizadas que aliam economia de recursos e redução de emissões. Também auxilia seus clientes na avaliação e implementação de fontes renováveis, como biomassa, solar e eólica;
- Análises de descarbonização e estratégias para Net Zero: com abordagem data-driven, a empresa desenvolve roadmaps detalhados para a descarbonização de operações industriais, considerando as especificidades de cada cliente e as melhores práticas globais. Também apoia a definição de metas de neutralidade de carbono (Net Zero) e a implementação de ações concretas para alcançá-las;
- Projetos de reforma em fornalhas, caldeiras e sistemas de gases: a otimização de equipamentos térmicos é essencial para reduzir o consumo de combustíveis fósseis e as emissões associadas. A Figener possui expertise na reforma e modernização desses sistemas, utilizando as mais avançadas tecnologias de combustão eficiente e captura de carbono;
- Desenvolvimento de softwares para cálculos complexos: a empresa investe continuamente em P&D para criar ferramentas digitais que auxiliam na tomada de decisão e na otimização de processos. Um exemplo é o software FNESS, que realiza cálculos termodinâmicos avançados para simulação e dimensionamento de sistemas térmicos.
Um caso emblemático da atuação da Figener na descarbonização é a metodologia de Medição e Verificação (M&V) desenvolvida em parceria com a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a ABRACE (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres).
Essa metodologia permite identificar com clareza a redução do consumo de energia e das emissões de carbono em projetos de eficiência energética industriais, seguindo as melhores práticas internacionais como o IPMVP (International Performance Measurement and Verification Protocol). Com essa ferramenta, as empresas podem comprovar de forma transparente os ganhos ambientais e econômicos de suas iniciativas de descarbonização.
Com conhecimento técnico aprofundado, abordagem multidisciplinar e compromisso com a inovação, a Figener está capacitada para ser parceira estratégica de indústrias e usinas brasileiras na jornada para uma economia de baixo carbono. Sua experiência em projetos complexos, aliada à utilização das mais modernas tecnologias digitais, garante soluções customizadas e de alto impacto para cada cliente.
Créditos da imagem: Arquivo pessoal
Benefícios da descarbonização
Além da urgente necessidade de mitigar as mudanças climáticas, a descarbonização traz série de benefícios tangíveis para as empresas que lideram esse processo. Entre as principais vantagens, podemos citar:
- Redução de custos: a adoção de medidas de eficiência energética e o uso de fontes renováveis tendem a reduzir significativamente os custos operacionais com energia e matérias-primas. Isso se traduz em maior competitividade e resultados financeiros positivos a médio e longo prazo;
- Melhoria da eficiência operacional: os projetos de descarbonização geralmente envolvem uma revisão completa dos processos produtivos, identificando gargalos e oportunidades de melhoria. Essa abordagem leva a ganhos de eficiência que vão além da questão energética, aprimorando a produtividade e a qualidade como um todo;
- Conformidade Regulatória: com a crescente pressão por ações climáticas, as regulações ambientais tendem a se tornar cada vez mais rigorosas. Empresas que antecipam esse movimento e adotam práticas de baixo carbono estarão melhor posicionadas para atender às novas exigências, evitando riscos legais e reputacionais;
- Valorização da Marca: consumidores, investidores e a sociedade em geral estão cada vez mais atentos às práticas ambientais e de sustentabilidade das empresas. Aquelas que demonstram liderança na descarbonização tendem a ser mais valorizadas e preferidas, fortalecendo sua marca e reputação no mercado;
- Acesso a financiamentos Verdes: a transição para uma economia de baixo carbono está sendo acompanhada por uma mudança no mercado financeiro. Bancos, fundos e investidores estão direcionando cada vez mais recursos para projetos e empresas sustentáveis, por meio de linhas de financiamento verde e títulos como green bonds. Empresas com boas práticas de descarbonização têm mais facilidade de acesso a esses recursos;
- Incentivos governamentais: muitos países, incluindo o Brasil, oferecem incentivos fiscais e tributários para estimular a adoção de práticas de baixo carbono. Empresas que investem em eficiência energética, fontes renováveis e outras medidas de descarbonização podem se beneficiar desses incentivos, melhorando seu fluxo de caixa e retorno sobre o investimento;
- Vantagem competitiva: em um mundo cada vez mais globalizado e consciente da questão climática, empresas com uma estratégia sólida de descarbonização tendem a ter uma vantagem competitiva sobre seus pares. Isso inclui melhor acesso a mercados internacionais, preferência em licitações e contratos, e maior atração de talentos comprometidos com a sustentabilidade.
Fica claro, portanto, que a descarbonização não deve ser vista apenas como demanda externa ou um custo adicional, mas sim como oportunidade estratégica de inovação, eficiência e criação de valor sustentável. Empresas que liderarem essa transição estarão melhor posicionadas para os desafios e oportunidades de um mundo em rápida transformação.
Conclusão
Créditos da imagem: Arquivo pessoal
A descarbonização é um imperativo para a sustentabilidade do setor industrial e de energia no Brasil e no mundo. As metas assumidas pelo país no Acordo de Paris e a crescente pressão de consumidores, investidores e reguladores tornam essa transição não apenas necessária, mas urgente.
O Brasil possui enorme potencial para liderar a descarbonização, aproveitando suas vantagens competitivas como a abundância de recursos naturais renováveis, a expertise em bioenergia e uma matriz elétrica majoritariamente limpa. No entanto, para realizar esse potencial, será necessário um esforço coordenado e ambicioso, envolvendo governo, setor privado, academia e sociedade civil.
Nessa jornada, contar com parceiros especializados e comprometidos com a inovação sustentável, como a Figener, fará toda a diferença. Com ampla gama de serviços em engenharia, gestão energética e descarbonização, a empresa está capacitada para apoiar indústrias e usinas brasileiras na adoção de soluções customizadas e de alto impacto rumo a um futuro de baixo carbono.
Mais do que tendência, investir em descarbonização é passo estratégico para garantir a competitividade, a resiliência e a prosperidade dos negócios em um mundo em rápida transformação. As empresas que liderarem essa transição não apenas contribuirão para a construção de um futuro mais sustentável e justo, como também colherão os frutos econômicos e reputacionais de estarem na vanguarda da maior revolução energética e industrial de nossa era.
O momento de agir é agora. Com visão de longo prazo, inovação tecnológica e parcerias estratégicas, o setor industrial e de energia brasileiro tem tudo para ser protagonista na corrida global pela descarbonização.
Um futuro de baixo carbono não é apenas possível, mas necessário. E cada empresa, com suas escolhas e ações, pode fazer a diferença nessa jornada coletiva rumo à sustentabilidade.